Um asteroide recém-descoberto, do tamanho aproximado de meio campo de futebol, vai passar na sexta-feira a uma distância da Terra nunca vista para um objeto desse porte, dando aos cientistas a rara oportunidade de fazer observações minuciosas sem lançar uma sonda.
A maior aproximação se dará às 17h24 (horário de Brasília), quando o asteroide passará a 27.520 quilômetros do planeta, deslocando-se a 13 quilômetros por segundo. Ele estará mais perto da Terra do que a órbita dos satélites de comunicações e de meteorologia.
Cientistas dizem não haver nenhuma chance de que o asteroide, chamado 2012 DA14, colida com a Terra, seja nesta semana ou num futuro previsível.
Atualmente, o DA14 acompanha a órbita da Terra ao redor do Sol, com duração de um ano, mas depois do encontro de sexta-feira ele irá mudar de rota, segundo o astrônomo Donald Yeomans, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.
“A aproximação vai perturbar sua órbita, de modo que na verdade, em vez de ter um período orbital de um ano, ele irá perder um par de meses”, disse Yeomans. “A Terra vai colocar esse aí numa órbita que é consideravelmente mais segura.”
A ONG Associação de Dados Espaciais, que monitora potenciais colisões de satélites, analisou a trajetória prevista para o asteroide e concluiu que não haverá objetos de fabricação humana na sua rota.
Mesmo em áreas da Terra onde seja noite quando o asteroide passar, seu brilho é tênue demais para que possa ser visto sem telescópio ou binóculo. A Nasa deve fazer uma transmissão de meia hora por seu canal de TV e seu site, a partir de 17h (horário de Brasília), incluindo imagens quase em tempo real feitas em observatórios da Austrália – desde que as condições climáticas permitam.
A câmera espacial Slooh.com irá incorporar várias imagens ao vivo, inclusive a partir das ilhas Canárias (arquipélago espanhol na costa africana), numa transmissão pela Internet que começa à 0h de sábado (de Brasília).
Para os cientistas, o DA14 representa uma oportunidade rara, ainda que breve, para estudar um asteroide de perto. Além de tentar determinar quais minerais ele contém, o que teria um potencial interesse comercial além de científico, os astrônomos querem aprender mais sobre o ritmo de rotação do asteroide. A informação será útil para prever futuras visitas do DA14, e também para ajudar os engenheiros a desenvolver técnicas para neutralizar asteroides mais ameaçadores.
Fonte: Reuters